sexta-feira, 22 de abril de 2011

Soneto (Álvares de Azevedo - 1831-1852)

Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre as nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

2 comentários:

  1. Belo soneto. Estrutura clássica mas com conteúdo divergente:)

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  2. Eu gosto do conteúdo, em especial os versos finais... Muito belos!

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