Como se ficassem menos reais
as coisas, quando te incluem:
o amor; as fotografias;
esta parte do planeta
em que teus fantasmas te atravessam
sem ver que estás ali.
Como se tudo o que não vives, sonhas
e o sonho se sabe sonho:
- cadáver, não - metáfora
adiada.
Como é do sonho, nele
és autor e personagem,
pele de herói e as formas laterais:
dentro, o vazio.
O fruto ausente, essência negada.
Não cabem mais a sátira, a ironia
e nem o pânico.
Midas avesso, o que tocas degenera.
Deves te esgueirar entre as coisas para
poupá-las.
Mas será que tudo isto
ainda tem importância, agora que és um velho?
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